terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Sou estranha ?


       Aqui estou, com a minha vida monótona de sempre.
  Hoje em meu diário, resolvi contar- um pouco da minha vida curta pois, só tenho 16 anos mas por onde começar, talvez pela parte de ser uma menina problemática ou de possuir um déficit de amigos por ser tímida e ao mesmo tempo uma palhaça, é bem ai.
                    
                  Quando entrei na minha turma da 6 série já vi que iria ter problemas, era um turma grande, com umas trinta pessoas de estilos e personalidades diferentes e estranhas como eu ,porém eles me olhavam de forma que pareciam amedrontados ,mas acho que não era bem isso, talvez pela minha aparência assustadora eu botava medo mas  nem liguei, minha mãe falara que quando os novos “colegas” me conhecem melhor tudo iria mudar, e é claro que mudou, porém para pior. Eu era ou sou aquela garota que chamam de nerd ,até chorei naquele ano porque tinha tirado uma nota vermelha em matemática, os professorem me adoravam me colocavam como exemplo na sala e com isso os “colegas” se achavam inferiores a mim e a raiva só crescia.
   Os professores sempre mandavam eu levar fulaninho para sala da diretoria, trazer ocorrências, chamar o diretor para acabar com a conversa da sala e eu sempre era a má mas nem tudo foi horrores.
   Na minha sala eu tinha uma amiga, conhecia ela fazia 4 anos ela sempre fora minha melhor amiga mas ela era louquinha da cabeça, gazeava aulas, fumava, bebia com uma turma que vinha com nos dentro do ônibus que eram de vários colégios diferentes. As pessoas olhavam para nós no intervalo e dava para ler em seus lábios elas falarem “como podem andar juntas, elas são tão diferentes “e éramos mesmo. Em uma dia que minha amiga faltou, participei de um concurso de modelos em meu colégio e fiquei em segundo lugar por incrível que pareça, quando sai para o intervalo várias pessoas me olhavam e falavam coisas que não conseguia intender mas sabia que era de mim. Caminhei até chegar perto da quadra onde ficava umas escadas e lá fiquei sentada me escondendo daqueles olhares quando levantei a cabeça tinha várias pessoas sentadas nos degraus debaixo, quis me retirar dali pois não queria ninguém me perturbando, sem perceber pisei no pé de uma menina que tinha cabelos cor de tomate, esquelética e com sardas no rosto, ela me olhou com uma cara feia de ódio e eu pedi desculpas e entrei para sala. No termino da aula ela veio querer “brigar” comigo me deu vários chutes e eu nem revidei, saí chorando até a porta do terminal onde me acalmaram.
  As aulas terminaram fui para a 7 séria , minha amiga reprovou e fiquei sozinha pensei que tudo iria mudar que conseguiria alguém para conversar, e no fim consegui, pessoas da minha sala da 6 série mesmo começaram a conversar comigo, estava tudo ocorrendo bem até a metade do ano, nada de anormal, haviam discussões sim dentro da sala porém não achava aqueles olhares que me rodeavam no ano anterior. Comecei a jogar  o Call of Duty , um joguinho de guerra que era online  é lá conheci meu namorado , Estava tudo dando certo, porém   em um dia praticamente normal  fui para o intervalo e vi aqueles olhares novamente , mas não intendi novamente o que era , quando cheguei  a sala a diretora me chamou falou que eu tinha pichado meu nome e o nome da minha amiga na parede da minha sala antiga , mas como eu poderia fazer isso ,  tive que esfregar  a parede daquela maldita escola na frente de todos , foi a sensação mais horrível que tive , vários risinhos , pessoas com pena de mim  , alguns me insultando  e eu só chorando .....

                         Quem sabe conto mais um pouco sobre minha vida para vocês pois agora é melhor parar de escrever , já esta escurecendo e nunca se sabe oque encontramos no escuro.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Equilibrando os Sonhos...


    Quando criança alimentamos vários sonhos. Quando crescemos deixamos de ser crianças, mas continuamos a sonhar. Só que a hora de realizar os sonhos de criança é exatamente quando nos descobrimos sonhando como adultos. Parece confuso. E realmente é confuso. Mas essa é a verdadeira graça.
    Sonho. Sempre sonhei. E tenho convicção que para sempre sonharei. É verdade que agora penso mais em realizar tudo que um dia sonhei. Talvez se eu soubesse o quanto é difícil realizar um sonho não teria sonhado tanto. Ou simplesmente teria sonhado mais...
    Chega um tempo que vestimos a roupa de equilibrista e vamos desajeitadamente equilibrando os sonhos de outrora e os de agora. Mas existem aqueles sonhos flexíveis que vão ao longo dos anos aumentando e quando nos damos conta eles estão três vezes maiores do que quando foram originalmente concebidos. Vamos adicionando uma coisinha aqui e outra ali e de repente eles parecem impossíveis de serem realizados. E talvez eles nunca realmente se realizem.
    O fato é que no meio do caminho, ou melhor dizendo, no meio do sonho vivemos a nossa vida paralelamente. Sem perceber realizamos muitas coisas e essas realizações são como degraus que nos impulsiona até o topo da realização maior.
Sonhei sempre com as palavras. Elas sempre me encantaram e me fizeram ver o mundo com os olhos mais humanos. Elaborei planos mirabolantes com as palavras, sonhei um futuro onde elas eram os destaques e paralelamente fui vivendo a minha vida. Terminei a escola, fui para a faculdade e inconscientemente fui criando minha vida de forma a interagir com os meus sonhos. Cresci e sem notar realizei boa parte do que um dia havia sonhado.
As palavras me fizeram professora. Trabalho com elas, ensino para os meus alunos como realmente enxergá-las. Eu as uso para quase tudo que faço. Quando eu falo as estou usando, quando eu canto elas saem da minha boca em forma de ritmos, quando eu escrevo um poema ou coloco uma matéria na lousa eu as reproduzo. Enfim, de tanto sonhá-las, tenho-as por perto e vivo delas, por elas e para elas...
    Cheguei certa vez a pensar que estava distanciando do meu sonho original. Porém percebi que ele só havia aumentado, ele está três vezes maior do que eu tinha elaborado. Ou apenas quando criança não conseguia entender que ele podia ser maior do que era e agora mais velha consigo de fato ver como ele era grande, incrivelmente grande.
    Lecionar é como pegar as palavras que voavam nos meus sonhos de menina e mostrá-las para os meus alunos, entregar para eles a substância que fora responsável por eu estar ali.
    As ações que praticamos são velozes como o tempo, a vida acontece e sem perceber ela enquadra os sonhos na realidade que vivemos.
    E certo dia eu estava lá, enfrente aquela porta, pronta para abri-la. Respirei fundo, como se respirar fosse algo fora do comum e que não fosse mais fazer isso, abri a porta e meus olhos instigantes registraram cada detalhe. Entrei naquela sala de aula e todos os olhos voltaram-se para mim. Usei as palavras para dizer quem eu era. E mais tarde, alguns meses depois, eles usavam as palavras que eu havia ensinado, eles as escreviam.
    Agora sei que falta pouco para completar o que eu sonhei...

Camila Fernandes

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Meu amor...

 
Na ausência do seu olhar,
Imagino seus olhos nos meus.
Mas toda imaginação tem hora para acabar
E meus olhos esquecem os seus.

Distantes pela fronteira da realidade
Nossos destinos sempre se encontram.
Submissos à lógica alimentamos falsas verdades
Que foram inventadas por pessoas que nunca amaram.

Seu abraço é só uma lembrança
De dias que me senti protegida do mundo.
Seu sorriso é só um monte de pequenas imagens, esperança
De um presente que não imaginava um futuro de abismo profundo.

Seus olhos, meus olhos. Fomos.
Corações que dividem o mesmo ritmo descompassado.
Seu amor, meu amor. Somos.
Almas que se completam em mundos despedaçados...